A tragédia do Rei Lear
William Shakespeare
RESENHA

A tragédia do Rei Lear é uma obra que não apenas ressoa no palco, mas ecoa em nossas almas com uma intensidade que beira o insuportável. Em um mundo onde a ambição e a traição frequentemente substituem o amor e a lealdade, Shakespeare se torna um porta-voz atemporal do desespero humano, e nesta tragédia, ele nos leva a uma montanha-russa de emoções que desafiam a própria essência da moralidade.
Lear, um rei em seus últimos dias, decide dividir o seu reino entre suas três filhas, guiado pelo desejo de ser amado e admirado. Mas essa escolha, que deveria ser um ato de sabedoria, revela-se uma armadilha mortal. A divisão não traz paz, mas um tumulto que transborda em ingratidão e crueldade. Suas filhas, Goneril e Regan, loiras serpentes vestidas de aparências sedutoras, logo revelam a verdadeira face da traição. A bondosa Cordélia, a única que realmente o amava, é expulsa, e Lear se vê mergulhado em um abismo de loucura e desespero. Como um ícone da tragédia, ele se torna um reflexo da condição humana - vulnerável, cego às suas próprias falhas.
A profundidade dessa obra vai além dos conflitos familiares; ela clama para que você enfrente questões de poder, orgulho e a natureza da verdadeira amorosidade. A cada ato, Shakespeare revela o que o egoísmo pode fazer ao coração humano, deixando um rastro de destruição que toca cada personagem. O espectador não pode escapar desse ciclo vicioso, que desafia a lógica e a razão - Lear é um rei, mas também um homem, reduzido à fragilidade da sanidade.
Os comentários dos leitores são um testemunho da impotência que essa obra desencadeia. Alguns clamam que a brutalidade da história é um convite à reflexão, enquanto outros se sentem esmagados pela dor e pela perda. Shakespeare, com maestria, tece uma tapeçaria de emoções que variam entre a raiva, a tristeza e, por vezes, até a esperança. Não há neutralidade aqui; o público se vê compelido a escolher um lado, a empatia se torna inevitável e a compaixão furiosa.
O contexto histórico envolvido nesta tragédia também é notável. Escrito no século 17, em meio a uma Europa em constante convulsão social e política, Lear apela a uma plateia que reconhece a fragilidade do poder e a traição que pode surgir a partir dele. Tais lições permanecem relevantes, refletindo os dilemas da nossa sociedade atual. O que dizer de líderes que se cercam de puxas-sacos, enquanto aqueles que realmente se importam são deixados de lado? A questao permanece: você está disposto a ver a verdade que Lear ignora?
Ao final, A tragédia do Rei Lear não nos oferece soluções fáceis, mas nos força a confrontar as realidades que muitas vezes preferimos ignorar. O que você fará com essa nova visão? Não se deixe levar pela apatia, pois a tragédia está na nossa própria recusa em aprender com os erros do passado. Através de um enredo visceral, Shakespeare não apenas narra uma história de queda; ele instiga uma transformação dentro de nós mesmos. O que você vai fazer com isso? A escolha é sua.
📖 A tragédia do Rei Lear
✍ by William Shakespeare
🧾 192 páginas
2017
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