Alice no País das Maravilhas
Lewis Carroll
RESENHA

Alice no País das Maravilhas não é só uma história; é uma verdadeira máquina do tempo que leva seus leitores a um labirinto de sonhos, absurdos e revelações. Lewis Carroll, um gênio da literatura, criou um universo onde a lógica e a razão são apenas ecos distantes, desvendando uma crítica mordaz à própria sociedade de sua época. Você se vê não apenas como um espectador, mas como um participante ativo, sendo convidado a mergulhar em uma poça de mistérios e enigmas.
Ao entrar no País das Maravilhas, cada personagem é uma porta de entrada para reflexões profundas. O Coelho Apressado, a Rainha de Copas e o Gato de Cheshire não são meros personagens, mas representações de facetas humanas universais. Através de diálogos absurdos e situações ilógicas, Carroll desafia a percepção da realidade. Afinal, quem já não se sentiu um pouco como Alice, perdida em um mundo onde as regras não fazem sentido?
Um dos aspectos mais fascinantes desse clássico é a maneira como a obra reflete a transição da infância para a maturidade. Alice não é apenas uma menina; ela simboliza a inocência e, ao mesmo tempo, a curiosidade insaciável que todos nós carregamos. Ao longo de suas aventuras, ela experimenta medos, incertezas e descobertas, instigando o leitor a confrontar suas próprias ansiedades e desejos.
As reações dos leitores sobre Alice no País das Maravilhas são tão variadas quanto suas interpretações. Enquanto alguns se rendem ao humor e à fantasia, outros apoiam críticas à rigidez da sociedade vitoriana, a qual Carroll explora com um olhar criança, mas afiado. Há quem diga que a obra é um manifesto contra a percepção e expectativa adultas, uma provocação ao conformismo. E não é difícil entender o porquê de críticas mais rígidas, que proliferam entre aqueles que esperam uma narrativa linear e convencional.
O contexto histórico em que Carroll escreveu sua obra é tão crucial quanto suas páginas. No século XIX, quando a lógica e a ordem eram a norma, ele trouxe uma lufada de ar fresco, subvertendo convenções e inspirando movimentos literários que buscavam liberdade criativa. Autores como James Joyce e Franz Kafka, que exploraram absurdos e realidades paralelas, devem muito a essa audaciosa ousadia.
Mais do que uma simples leitura, Alice no País das Maravilhas é um convite à autodescoberta. O que você viu no espelho, leitor? Quais verdades intrigantes escondemos sob camadas de normalidade? Esse clássico nos coloca frente a frente com nossos recantos mais sombrios e nossas esperanças mais brilhantes. Portanto, se o medo te impede de entrar, lembre-se: o único modo de conhecer o País das Maravilhas é se permitindo ser um pouco insensato. 🌟
O espírito de Alice ecoa através dos tempos, e as suas lições não são apenas para serem lidas, mas vividas. O que você está esperando para se perder nesse mundo de maravilhas?
📖 Alice no País das Maravilhas
✍ by Lewis Carroll
🧾 181 páginas
2019
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