Resumo de Eles eram muitos cavalos, de Luiz Ruffato
Explore a vida urbana em São Paulo através de 'Eles eram muitos cavalos' de Ruffato, uma obra cheia de personagens e reflexões sociais.
domingo, 17 de novembro de 2024
Prepare-se para um passeio pelas ruas de uma São Paulo cheia de personagens peculiares e histórias entrelaçadas em Eles eram muitos cavalos, de Luiz Ruffato. Imagine que você está em um ônibus, mas não é um ônibus qualquer: é um ônibus que leva você a uma viagem pelas vidas de pessoas que, spoiler alert, estão carregando suas bagagens emocionais e dramas na cidade grande como se fossem caminhoneiros de problemas.
A obra é uma colagem de relatos, como se Ruffato tivesse convidado uma galera para compartilhar a trama da vida em uma roda de conversa enquanto toma um cafezinho com bolacha. Logo de cara, nos deparamos com uma coisa impagável: a pluralidade. Cada personagem é como um personagem de um conto, mas em vez de um só, você vai encontrar bastante gente - um verdadeiro carnaval sutil de almas perdidas e esperanças acesas.
Os protagonistas são anônimos, só que não tão anônimos assim. Temos um casal que parece ter esquecido como era amar, um vendedor que apelou para a profissionalização do "jeitinho brasileiro" e uma mulher que, por enfim, teve aquele dia em que todas as pequenas coisas dão errado. É um afunilamento nas histórias deles que nos faz pensar que, se um dia formos todos para o mesmo bar, talvez a conversa seja como um dos textos do Ruffato - cheio de risadas nervosas e silêncios constrangedores.
O autor faz uso de uma linguagem direta, crua e cheia de sinceridade, criando uma atmosfera de identificação instantânea. Como um grande diretor de cinema, ele é o maestro de um filme em que os atores principais são apenas a tradução da vivência nas grandes cidades. São vozes diversas: gente que sonha, chora, ri e, principalmente, briga com suas rotinas.
As crônicas que compõem o livro nos levam a refletir sobre a relação de cada um com o espaço urbano. Ruffato joga o leitor de um lado para o outro, entre a correria, o tédio e a agonia do cotidiano. Ele, com seu olhar afiado, capta as nuances da vida em sociedade e pinta um quadro que, apesar de sombrio em alguns aspectos, nos faz rir ao perceber que todo mundo, em algum momento, já foi essa pessoa que estava com a cabeça nas nuvens enquanto andava pelas ruas movimentadas.
E, antes que eu me esqueça, há uma pitada de crítica social e uma boa dose de ironia nas entrelinhas. Afinal, não dá para falar de São Paulo sem mencionar a desigualdade e a frenética busca pelo sucesso que parece sempre escapar como uma sombra. Ruffato não faz questão de esconder isso; muito pelo contrário, ele joga na nossa cara!
O livro não segue uma estrutura tradicional de enredo, e isso pode fazer você se sentir um pouco perdido, tipo aquele personagem que perde o ônibus e tem que esperar o próximo. Mas é assim que a vida é: um emaranhado de histórias que se cruzam sem mais nem menos, além de provocar a sensação de que todos somos cavaleiros em várias montarias, atravessando um mesmo espaço.
Em suma, Eles eram muitos cavalos é uma obra rica em retratos da realidade, muito bem humorada e com um toque de melancolia, que abre um amplo leque de reflexões. Se você está preparado para um passeio por São Paulo e suas entranhas, com certeza encontrará aqui a sua cerca para se apoiar e observar a vida passar - ou melhor, os cavalos correrem.
Ana Bia
Resumo clássicos e best-sellers com pitadas de humor e leve deboche. Meu objetivo? Transformar grandes obras em resumos fáceis de entender. Entre capítulos e risadas, faço você se sentir expert na próxima roda de conversa literária.