Resumo de Esqueci Como Se Chama, de Dhaniil Kharms
Mergulhe no absurdo de 'Esqueci Como Se Chama', de Dhaniil Kharms, e descubra como a lógica se torna secundária em contos surreais e divertidos.
domingo, 17 de novembro de 2024
Se tem uma coisa que o leitor vai descobrir ao ler Esqueci Como Se Chama é que, com certeza, o título já é um grande spoiler do que aguarda por ali. Se a intenção do autor era deixar todo mundo confuso, parabéns! A missão foi cumprida com louvor.
Dhaniil Kharms, o mestre do absurdo, traz para nós um punhado de contos que soam mais como sonhos estranhos ou delírios de alguém que passou tempo demais olhando para o teto. Ao lado do tradutor e organizador Gonçalo Viana, Kharms nos apresenta histórias onde o senso comum é jogado pela janela e a lógica fica ansiosa esperando um ônibus que nunca chega.
No primeiro conto, já somos introduzidos ao universo surreal onde um personagem pode, de um momento para o outro, perder a memória. Sim, isso não é uma metáfora para os dias de hoje em que todos esquecemos onde colocamos as chaves, mas sim uma realidade dentro do humor e do absurdo kahrmsiano. Aliás, as descrições de situações cotidianas (que no fundo são tudo menos cotidianas) fazem você se perguntar: "mas o que eu tô lendo mesmo?". Porque se Kharms está querendo fazer sentido, ele precisa de um GPS.
Os personagens são uma verdadeira coletânea de esquisitices. Temos, por exemplo, um senhor que se preocupa mais com o que vai acontecer ao seu gato quando ele morrer do que com sua própria vida. Outro mais chamativo, um homem que se senta no chão e não quer sair de lá, porque, segundo ele, o chão é o lugar mais tranquilo do mundo. Olha, eu também entendo, mas não sei se o chão é tão confortável assim, ainda mais se a pessoa esqueceu como se chama.
É claro que não podemos esquecer do tema constante sobre a morte e o absurdo da existência. Porque, se tem algo que Kharms adora, é dar um giro no pescoço da vida até ela ficar de cabeça para baixo. Ao longo das leituras, você se sente como se estivesse assistindo a uma peça de teatro onde os atores esqueceram as falas e decidiram inventar tudo na hora. Sem ensaio, sem script, só seguindo o fluxo do que der na telha. E a cada mudança de cena, uma nova situação bizarra se apresenta.
Ah, e as situações são tão absurdas que você não sabe se ri ou se chora - talvez as duas opções juntas. O leitor que se aventurar por estas páginas pode sair achando que aprendeu algo, quando na verdade, tudo o que vai levar é um questionamento existencial sobre as trivialidades da vida. Para Kharms, viver e morrer talvez sejam apenas dois lados de uma mesma moeda que, ao final, ninguém se importa de jogar fora. Spoiler: essa moeda também pode ter a face de um gato.
Para quem ainda não está convencido, vale lembrar que a obra é curta - apenas 48 páginas de pura diversão e estranheza. Uma leitura rápida que, sem dúvida, dá a sensação de que o tempo não passou, e você ficou estagnado no limbo do absurdo, junto com os personagens que só sabem dançar conforme a música da confusão.
Então, se você estava procurando uma obra para entender mais a lógica da vida, Esqueci Como Se Chama pode não ser o livro ideal. Mas se a sua intenção é entrar em um mundo onde a lógica é secundária e o absurdo é rei, pode se preparar para uma experiência que vai deixar seu cérebro querendo um copo d'água - e talvez um pouco de terapia.
Ana Bia
Resumo clássicos e best-sellers com pitadas de humor e leve deboche. Meu objetivo? Transformar grandes obras em resumos fáceis de entender. Entre capítulos e risadas, faço você se sentir expert na próxima roda de conversa literária.