Resumo de República do Mangue. Controle Policial e Prostituição no Rio de Janeiro. 1954-1974, de Juçara Luzia Leite
Mergulhe na complexidade da prostituição e controle social no Rio de Janeiro entre 1954 e 1974 com o resumo de 'República do Mangue'.
domingo, 17 de novembro de 2024
Se você achou que ia descobrir sobre um pico de festa bombado no Rio de Janeiro, sinto informar que a República do Mangue é, na verdade, um mergulho profundo nas águas turvas da prostituição e do controle social no Brasil, entre 1954 e 1974. E não estamos falando de um rolê de carnaval, mas sim de uma análise séria e quase acadêmica, com grandes revelações sobre o cenário carioca desse período. Pega a pipoca e vem comigo!
Juçara Luzia Leite nos brinda com uma exploração das práticas de controle sobre o corpo das mulheres que viviam da prostituição nesse intervalo. O preço da liberdade era alto e, em troca de sua autonomia, essas mulheres enfrentavam não apenas a marginalização, mas também a repressão policial. A autora vai lá e mostra como a polícia não estava apenas de olho na segurança, mas sim em manter a ordem estabelecida, como se o desfile das mulatas não fosse suficiente.
O livro traz à tona diferentes aspectos da relação entre Estado e sociedade, revelando como a prostituição era vista com desprezo por uns e como uma necessidade por outros. Dá para ver claramente que o Rio de Janeiro estava em um embate constante: a moralidade versus a realidade crua. Spoiler alert: as coisas não acabavam bem para muitas delas, e essa luta só trouxe mais dificuldade e opressão.
Num estilo que é mais uma conversa entre amigos do que uma palestra chata, Leite discute os efeitos da ditadura militar na vida dessas mulheres e na lógica do controle social. O Estado se comportava como um verdadeiro vigilante, agindo para moldar a sociedade segundo os seus próprios interesses, enquanto as "damas da noite" tinham que lidar não apenas com a polícia, mas também com a hipocrisia da sociedade.
O panorama apresentado pela autora nos faz pensar: quem é a real "prostituta" nessa história? Aquela que vende seu corpo ou a sociedade que oprime seus desejos e luta por autonomia? A questão é interessante e suculenta, e Juçara não se furta em explorar esse terreno pantanoso.
Vale a pena destacar que a pesquisa é rica em dados e relatos, trazendo à tona histórias de vida que vão muito além dos estigmas e dos rótulos. E sim, são histórias de resistência, luta e uma busca incansável por um espaço na sociedade, mesmo que à sombra de uma moral questionável.
Ou seja, não é só uma leitura para "entender a prostituição". É, na verdade, um convite a pensar criticamente sobre a sociedade, suas normas e quem realmente classifica os comportamentos como "certos" ou "errados". Juçara Luzia Leite, com sua prosa criativa e informativa, se encarrega de nos empurrar para um reflexão que, convenhamos, é bem necessária.
Se você achou que ia ficar por fora da história do Rio enquanto toma um "água de coco" numa praia, sinto muito, mas a República do Mangue vai te fazer refletir sobre o verdadeiro sentido de liberdade e controle. Então, prepare-se para entrar no mangue e se deparar com uma complexidade que, muitas vezes, a gente prefere ignorar.
Ana Bia
Resumo clássicos e best-sellers com pitadas de humor e leve deboche. Meu objetivo? Transformar grandes obras em resumos fáceis de entender. Entre capítulos e risadas, faço você se sentir expert na próxima roda de conversa literária.