Resumo de Em Busca do Tempo Perdido, de Marcel Proust
Mergulhe na complexidade do amor e do tempo em 'A Prisioneira', o quinto volume de Proust. Descubra os dilemas e relações do narrador em sua jornada emocional.
domingo, 17 de novembro de 2024
Chegamos ao volume 5 da saga proustiana: A Prisioneira, onde a vida, os amores e os dilemas de nosso protagonista, sempre inquieto e introspectivo, continuam a nos levar a uma jornada mais complexa do que tentar decifrar um poema de drummond em um dia nublado. Aqui, Proust faz o favor de nos introduzir em uma novela da comunicação não-verbal, repleta de ciúmes e relacionamentos que mais parecem um quebra-cabeça de mil peças - mas, acredite, não existe a imagem na caixa.
O romance começa com o nosso amigo narrador, que agora está mais obcecado que nunca por Albertine, uma moça que consegue ser ao mesmo tempo o amor da sua vida e a fonte de suas maiores neuroses. A situação é tão intensamente bem escrita que, se você não ficar atento, pode até achar que Proust passou horas observando o quadro da Mona Lisa e decidiu que expressar sentimentos seria a nova forma de arte!
Albertine, como uma verdadeira prisioneira de sua própria liberdade, é o objeto de todas as preocupações do narrador. O homem, por sua vez, vive em um verdadeiro estado de espionagem - ele finge que não se importa, mas cada movimento de Albertine é como um episódio de um reality show que ele não consegue parar de assistir. E não podemos esquecer que, mesmo sem redes sociais, os ciúmes eram tão reais quanto um grupo de WhatsApp em dia de festa.
E adivinha? Aqui os spoilers ajudam a entender que a possessividade do narrador não o leva a lugar algum, a não ser a uma espiral de inseguranças. Proust, com sua prosa meticulosa, nos revela que, às vezes, as coisas que mais desejamos podem ser as que queremos ter em uma bolha, mas que, uma vez sondadas, tornam-se problemas infinitos. Ou seja, se o amor é uma prisão, ele é feito de barras de chocolate: pode ser doce, mas é perigoso para sua saúde mental.
Como em um bom jogo de xadrez onde ele só consegue ver o movimento da peça mais próxima, o narrador não percebe que a obsessão por Albertine é apenas uma forma de não ver o que realmente importa: a fluidez do tempo e a realidade da própria vida. Ao longo do livro, ele reflete intensamente sobre o tempo, esse conceito traiçoeiro que parece escorregar pelas mãos como areia da praia, especialmente quando ele se dá conta de que tudo é passageiro.
A narrativa também é pontuada por encontros sociais, onde, é claro, a falsidade brilha mais do que qualquer foto de perfil. Temas de amizade, traição e a loucura desse jogo de relacionamentos são explorados com maestria por Proust, que coloca cada personagem quase como se fosse um detalhe de uma pintura impressionista.
Do final enfadonho do século XIX ao vácuo intrigante do século XX, Proust se certificar de que nunca saberemos ao certo quem são os verdadeiros prisioneiros nessa teia de relacionamentos. A leitura de A Prisioneira é um lembrete de que o amor pode ser tão belo quanto doloroso, e que, no fundo, somos todos prisioneiros do nosso próprio desejo de entender o outro - e também a nós mesmos.
E então, quando você achar que finalmente sacou tudo, Proust vem e dá aquele sorrisinho maroto, dizendo: "ah, mas você ainda não entendeu nada, meu amigo!"
Ana Bia
Resumo clássicos e best-sellers com pitadas de humor e leve deboche. Meu objetivo? Transformar grandes obras em resumos fáceis de entender. Entre capítulos e risadas, faço você se sentir expert na próxima roda de conversa literária.