Boitempo - Esquecer para lembrar
Carlos Drummond de Andrade
RESENHA

Boitempo - Esquecer para lembrar não é apenas mais uma coletânea de poemas; é um mergulho profundo nas entranhas da memória humana, um convite a reviver e resignificar experiências que, à primeira vista, parecem perdidas no tempo. Carlos Drummond de Andrade, essa figura icônica da literatura brasileira, traz à tona as nuances do esquecimento e da lembrança, desnudando as complexidades da alma humana com sua maestria poética.
Você já sentiu o peso de uma lembrança que não consegue esquecer? Ou a leveza de um momento que se esvaiu como areia entre os dedos? Drummond explora essas dualidades com uma intensidade que ecoa em cada página. Seus versos se entrelaçam como as memórias que guardamos, formando uma tapeçaria rica em sentimentos e reflexões. Aqui, cada poema é uma viagem ao passado - um entrelaçar de dor, amor, saudade e, acima de tudo, a esperança de renascer das cinzas da memória.
O autor, nascido em uma época em que o Brasil enfrentava sua própria jornada de esquecimento e reconstrução, utiliza a sua obra para canalizar não apenas suas frustrações pessoais, mas também um contexto social e histórico que ressoa com a luta do povo brasileiro. É impossível não traçar um paralelo entre a busca incessante de Drummond por significado e a busca coletiva de uma identidade nacional que ainda se debate em meio a tanto caos. A angústia, a solidão e a luta pela memória tornam-se universais, fazendo com que cada leitor encontre um pedaço de si nas palavras do poeta.
Os comentários e opiniões sobre Boitempo - Esquecer para lembrar são um espectro de emoções. Enquanto muitos se rendem à beleza lírica e à profundidade de suas reflexões, existem aqueles que argumentam que Drummond poderia ter ido ainda mais fundo nas dores do esquecimento coletivo. É uma discussão válida, mas que apenas sublinha a magnitude do desafio que é falar sobre a memória em um mundo que frequentemente a ignora.
Ao longo das páginas, o leitor é desafiado a confrontar suas próprias ausências e lacunas. Drummond gentilmente nos empurra a olhar para o próprio interior e a questionar: o que estamos dispostos a lembrar e, mais importante, o que preferimos esquecer? E, ao final da leitura, essa dúvida se transforma em um grito silencioso, um pedido urgente por conexão e compreensão.
A obra não é apenas um convite à reflexão, mas uma chamada à ação. Drummond nos força a lidar com nossas memórias, a entender que cada lembrança é uma peça de um quebra-cabeça que, quando montado, revela não apenas quem somos, mas também o que podemos nos tornar. Agora, mais do que nunca, precisamos nos lembrar do valor das histórias que carregamos e do impacto que elas têm sobre nosso futuro.
Ao final, Boitempo - Esquecer para lembrar não te deixará apenas lembrando, mas sim transformado, sacudido por uma avalanche de emoções que te fará revisitar sua própria história. E você, caro leitor, está pronto para essa jornada? 🌀
📖 Boitempo - Esquecer para lembrar
✍ by Carlos Drummond de Andrade
🧾 336 páginas
2017
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