Cândido ou o otimismo
Voltaire
RESENHA

Cândido ou o otimismo é um soco no estômago da complacência. Vamos bem fundo nas tramas da mente humana através da obra-prima de Voltaire, que nos lança em um turbilhão de ironias e reflexões sobre o mundo. Escrito em um momento em que a vida era marcada por crises e transformações, esse livro não é só um simples romance, mas uma crítica impiedosa aos ideais otimistas que dominavam a filosofia europeia do século XVIII.
Voltaire, com seu estilo ácido e penetrante, narra a saga de Cândido, um jovem sonhador que acredita que vive no melhor dos mundos possíveis, uma filosofia herdada do seu mentor Pangloss, que, a propósito, é tão cômico e trágico quanto uma piada de mal gosto em um funeral. A trajetória de Cândido, repleta de desventuras e tragédias, desde a sua vida idílica no castelo até os horrores da guerra e os conflitos da sociedade, é uma jornada de desilusão e aprendizado sobre a realidade cruel que o rodeia.
Os leitores são levados a vivenciar experiências absurdas e barbaridades inimagináveis, como guerras impiedosas, corrupção, e a condição deplorável dos marginalizados. Cada página se transforma em um espetáculo de dor e ironia, onde Voltaire nos faz sentir a fragilidade da esperança e a futilidade da fé cega na bondade do universo. É um desafio que desafia a lógica de aceitar tudo passivamente, fazendo com que você se questione: "Até onde vai o otimismo na face do sofrimento?"
A recepção da obra sempre foi polêmica. Enquanto alguns aclamam o gênio crítico de Voltaire, outros se inquietam com a sua brutalidade. O que é, senão uma chamada à resistência? Ao revisitar suas aventuras, somos empurrados para fora de nossa zona de conforto e confrontados com a dor humana em suas manifestações mais grotescas. A ironia do autor brilha quando ele relativiza as crenças dos otimistas, e o leitor se vê dividido entre o riso e a compaixão. 🥴
A história também evidencia como o pensamento de Voltaire influenciou mentes brilhantes e movimentos sociais, desde os paradoxos da Revolução Francesa até as críticas contemporâneas à religião e à política. Cândido não é apenas um personagem; ele é o espelho distorcido da sociedade, refletindo nossas falhas e medos. A obra sussurra em nossos ouvidos que, mesmo em meio ao caos, a verdade deve ser buscada.
E o que dizer das opiniões dos leitores que se deparam com essa obra? Muitos estão chocados, enquanto outros se sentem imediatamente atraídos e provocados por essa crítica mordaz ao otimismo e à filosofia de vida proposta na época. Entre risadas nervosas e momentos de reflexão profunda, as reações são tão diversas quanto os eventos da história. "É uma gargalhada que faz chorar!" - diria um.
Desse modo, Cândido ou o otimismo não é meramente uma leitura, mas um convite a se libertar das amarras da ignorância e a se rebelar contra a aceitação passiva do sofrimento. Ao mergulhar no universo volteriano, você não apenas se depara com uma narrativa cativante; você se torna parte de um diálogo eterno sobre a condição humana.
Perfeito para aqueles que se atrevem a questionar, esse livro é uma explosão de insights que não pode ser ignorada. Prepare-se para entrar em uma montanha russa emocional, onde a risada e a dor dançam um tango intenso. E lembre-se: o verdadeiro otimismo talvez resida não na esperança cega, mas na luta constante por um mundo mais justo e compreensível. Você está pronto para essa reflexão?
📖 Cândido ou o otimismo
✍ by Voltaire
🧾 200 páginas
2013
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