Como ser as duas coisas
Ali Smith
RESENHA

Como ser as duas coisas é uma obra que não apenas captura, mas detona a sua percepção do tempo e da identidade. Ali Smith, com sua maestria lírica, entrelaça histórias que se alimentam da complexidade humana e da efemeridade da vida, convidando você a uma dança literária que ecoa no espírito do presente. Em cada página, você é chamado a questionar: quem somos em um mundo que muda tão rapidamente?
A narrativa se desdobra em um enredo que mistura passado e futuro, colocando o leitor no olho do furacão de uma experiência emocional intensa. O que significa realmente ser duas coisas ao mesmo tempo? Amor e perda, esperança e desespero, toda a dualidade que nos define nesta existência caótica. Com habilidade, Smith revela a fragilidade de nossas certezas, expondo as fissuras que formam o nosso ser.
Essa obra não é uma leitura passiva; é um confronto com suas próprias verdades. Os personagens de Smith, carregados de humanidade, são reflexos do seu eu mais profundo, desnudando medos e desejos. As críticas que surgem são um testemunho de sua profundidade. Muitos leitores se encantam com a estrutura não linear, enquanto outros se perdem em sua ousadia. É uma reflexão sobre o que significa ser contemporâneo-em meio a guerras culturais, crises existenciais e o anseio por conexão.
Do ponto de vista da crítica, alguns ressaltam como a prosa crua de Smith pode ser desafiadora, mas é na tensão que se encontra a verdadeira beleza. Sua habilidade em traçar conexões entre eventos históricos e experiências pessoais revela um conhecimento profundo da condição humana. O pano de fundo histórico se torna um personagem à parte, moldando as narrativas individuais e coletivas, como uma correnteza que arrasta tudo em seu caminho.
A obra não entrega respostas; pelo contrário, deixa você flutuando na incerteza, um convite à reflexão e à introspecção. Seus comentários colocam em evidência a capacidade transformadora da literatura e como, ao mergulhar em suas páginas, você pode encontrar um espelho do mundo que habita. Há um eco ressonante nas vozes que surgem: você não é o único a sentir a pressão dos tempos modernos.
A dualidade, tão bem explorada por Smith, pode ser uma metáfora para nossas próprias vidas, onde frequentemente nos vemos divididos entre escolhas, crenças e desejos. Através de sua prosa rica, a autora nos instiga a abraçar essa ambiguidade e a reconhecê-la não como uma fraqueza, mas como uma forma de resiliência.
Não é apenas sobre ser duas coisas-é sobre a luta interna, a busca por um lugar ao sol, mesmo quando as nuvens ameaçam o horizonte. E ao final, você se questiona: de quantas partes eu sou feito? Como ser as duas coisas é mais do que um título; é um convite à autodescoberta que vai além da leitura. Você pode sair dessa experiência completamente transformado, com a certeza de que a vida é muito mais rica e complexa do que costumamos acreditar.
📖 Como ser as duas coisas
✍ by Ali Smith
🧾 320 páginas
2016
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