Cultura letrada e cultura oral no Rio de Janeiro dos vice-reis
Maria Beatriz Nizza da Silva
RESENHA

O livro Cultura letrada e cultura oral no Rio de Janeiro dos vice-reis de Maria Beatriz Nizza da Silva não é apenas uma análise acadêmica; é uma verdadeira imersão na rica tapeçaria cultural que moldou um dos períodos mais intrigantes da história carioca. A autora nos transporta para um tempo em que a cidade vibrava entre o erudito e o popular, revelando a complexidade das interações sociais à luz da literatura e da oralidade.
Ao desbravar as páginas dessa obra, você se depara com um mosaico de vozes. Nizza da Silva discorre sobre como a cultura letrada, entrelaçada ao cotidiano da população, se confrontava e, ao mesmo tempo, se alimentava da cultura oral. Esse entrechoque é um convite à reflexão sobre a forma como o conhecimento e a tradição se perpetuam, e como a oralidade, muitas vezes subestimada, carrega sabedoria e resistências incríveis.
É impossível não sentir um arrepio ao ler sobre as ruelas do Rio de Janeiro colonial, pulsando de vida, onde os contos e as canções de um povo encontravam espaço até mesmo nas bibliotecas mais sofisticadas. Nessa narrativa, você percebe que a cultura não é um conceito estanque, mas um organismo vivo, que respira e transita entre classes sociais, linguagens e expressões artísticas.
O tempo dos vice-reis, marcado por uma tensão social e por uma busca por identidade cultural, é tangido à luz da pesquisa meticulosa de Nizza da Silva. A autora não apenas apresenta dados e histórias, mas provoca uma transformação na maneira como você, leitor, se relaciona com seu próprio patrimônio cultural. É uma chamada à ação para que não ignoremos as vozes que ecoam do passado, fundamentando o que somos hoje.
Os relatos e anedotas trazidos por leitores indicam que muitos se sentiram tocados pela abordagem inovadora da autora. Comentários destacam a habilidade de Nizza da Silva em fazer conexões entre história e cultura que ressoam até hoje. Outros, no entanto, apontam que a obra pode soar densa em determinados trechos, exigindo um mergulho profundo do leitor para absorver completamente a riqueza do tema.
A obra se desvela como um mapa dos saberes e um lembrete do poder que a oralidade ainda exerce em nossa cultura contemporânea. Portanto, ao se perguntar qual a relevância desse estudo hoje, a resposta é clara: somos, em essência, uma nação de histórias que se entrelaçam. Não entendo como alguém poderia resistir a ler um livro que não apenas ilumina a história da sua própria cidade, mas também convida a um diálogo sobre a preservação da identidade cultural frente à modernidade. Está na hora de você embarcar nessa leitura e sentir na pele o pulsar da cultura carioca em todo seu esplendor.
📖 Cultura letrada e cultura oral no Rio de Janeiro dos vice-reis
✍ by Maria Beatriz Nizza da Silva
🧾 352 páginas
2013
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