Desorientais
Alice Ruiz S
RESENHA

Desorientais, de Alice Ruiz, transcende as páginas de um livro comum e te leva a uma viagem interior vibrante, onde cada verso é um passo rumo ao autoconhecimento e à desconstrução de identidades estabelecidas. Nesse espaço poético, a autora, com seu jeito sutil e perspicaz, faz com que você, leitor, se sinta parte de uma narrativa que envolve não só a experiência da existência, mas a busca pela essência que nos define e nos desorienta.
Ao adentrar na leitura, você é envolvido por uma miríade de emoções que vão de encontro ao seu íntimo, refletindo sobre questões atemporais de pertencimento e identidade. Alice Ruiz é uma mestre em tocar nas feridas e nas alegrias da condição humana. As páginas de Desorientais são repletas de uma simplicidade poderosa, que, através de metáforas e imagens poéticas, sussurram verdades profundas sobre a experiência feminina e a pluralidade de vozes que compõem o ser.
A obra, publicada em 1999, não é apenas um produto de seu tempo; é um convite para questionar a forma como nos enxergamos e como somos vistos pelos outros. O contexto sociocultural brasileiro da época, entre os anos 90 e 2000, traz uma camada ainda mais rica à narrativa. Nesse momento de transformação e busca por identidade na sociedade, as palavras de Ruiz fazem ressoar um eco de angústia e esperança, conectando-se diretamente com o tumulto de sentimentos e reflexões que nós, como sociedade, enfrentamos.
Críticos e leitores têm expressado uma gama impressionante de opiniões sobre a obra. Enquanto alguns exaltam a delicadeza e a profundidade das palavras de Ruiz, outros se sentem perdidos em meio a um discurso que não oferece respostas fáceis. Essa dualidade na recepção de Desorientais revela a complexidade intrínseca da literatura - o que para uns pode ser um porto seguro, para outros pode parecer um labirinto sem saída. É o choque de realidades e percepções que confere à obra sua força.
Seus versos são verdadeiras flechas em direção ao coração. "O que somos, senão coleções de desorientações?", é uma das perguntas que reverberam ao longo da prosa poética, obrigando você a confrontar suas próprias inseguranças e a aceitar a beleza da desordem. Cada poema, cada estrofe, ressoa como um chamado à introspecção, à necessária reflexão sobre quem somos, de onde viemos e para onde vamos.
Alice Ruiz não se limita a ser uma observadora do mundo, mas sim uma provocadora. Sua habilidade em entrelaçar experiências pessoais com questões universais transforma Desorientais numa jornada que se estende além do papel. A leitura se torna uma experiência sensorial, onde os sentimentos se aproximam e o leitor se vê impelido a revisitar cada linha, cada palavra.
Por mais que possa parecer uma leitura leve, a profundidade e a sensibilidade de Desorientais exigem um olhar atento. Venha se desconstruir e, ao mesmo tempo, encontrar-se; deixe-se levar por essa correnteza de palavras que promete não apenas desorientar, mas, paradoxalmente, reorientar sua visão de si e do mundo. Se você deseja entender não apenas uma obra, mas a si mesmo e os outros, não perca a oportunidade de se deixar levar por essa leitura transformadora. 🌊✨️
📖 Desorientais
✍ by Alice Ruiz S
🧾 128 páginas
1999
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