Eu Mato Gigantes
Joe Kelly; JM Ken Niimura
RESENHA

Na trama de Eu Mato Gigantes, a linha entre a fantasia e a realidade é uma corda bamba que a protagonista, Barbara Thorson, atravessa com maestria. No coração desta graphic novel resplandecente, escrita por Joe Kelly e ilustrada por JM Ken Niimura, mergulhamos em um universo onde gigantes são tanto monstros de papel quanto os medos que habitam nossas almas. Barbara não é apenas uma menina; ela é uma guerreira armada com pedras e palavras afiadas, enfrentando inimigos invisíveis que assombram sua infância.
A história se desdobra em um mundo que ecoa a luta interna de muitos de nós: como lidar com a dor, a perda e a confusão que a vida, em sua essência crua, nos impõe. Barbara, com seu jeito rebelde e destemido, se recusa a ser uma vítima. Em vez disso, ela se transforma em caçadora de gigantes, uma metáfora potente para os desafios que enfrentamos na jornada do crescimento. O que poderia ser uma história infantil se transforma em um grito feroz pela autonomia e pela coragem diante das adversidades.
E aqui reside a beleza brutal da obra: a forma como Kelly conjuga humor e emoção em uma narrativa que combina realismo e magia. Os diálogos potentes levam você a refletir sobre suas próprias batalhas, enquanto as ilustrações de Niimura vibram com uma energia quase palpável, dando vida a cada uma das emoções da protagonista. A conexão entre texto e imagem é tão profunda que você quase pode sentir as pedras saltando de suas mãos, como uma extensão de sua determinação.
Os comentários de leitores variam entre o encantamento e a perplexidade. Muitos se veem na luta de Barbara, enquanto outros criticam a simplicidade de algumas soluções apresentadas. No entanto, esta polarização apenas ilustra o impacto que a obra tem sobre cada um de nós. Ela provoca uma introspecção, uma viagem íntima que pode ressoar de maneiras distintas, dependendo de quem a lê.
Como uma obra que transcende o tempo, Eu Mato Gigantes aborda questões universais - a solidão, o medo e a busca por aceitação. Ao longo das páginas, a verdadeira luta de Barbara não é contra seus gigantes fictícios, mas contra as tempestades emocionais que a vida lhe impõe. E, a cada página virada, a intensidade do seu desespero e bravura se torna uma reflexão sobre nossas próprias lutas.
O que mais se destaca nesta narrativa é a sensação de que não estamos sozinhos em nossas batalhas. A mensagem é clara: todos nós, em algum momento, precisamos nos erguer contra nossos próprios gigantes, e isso pode ser a chave para a libertação. Ao final da história, você não pode evitar sentir uma onda de empoderamento, um impulso quase visceral para enfrentar seus próprios desafios de frente.
Eu Mato Gigantes não é apenas uma leitura; é uma experiência que vai além da narrativa, um convite para questionar, sentir e, em última instância, agir. Diante da bravura de Barbara, somos instigados a não apenas ser espectadores, mas protagonistas de nossas próprias histórias, prontos para lutar contra aquilo que nos amedronta. 🌪
📖 Eu Mato Gigantes
✍ by Joe Kelly; JM Ken Niimura
🧾 208 páginas
2013
E você? O que acha deste livro? Comente!
#mato #gigantes #kelly #JoeKelly #niimura #JMKenNiimura