Frankenstein
Contado por Ruy Castro
Mary Shelley
RESENHA

Se você achou que a história de Frankenstein se resumia a um monstro que perambulava pelas noites sombrias, está prestes a descobrir um universo de nuances, emoções e reflexões profundas que Mary Shelley, a mãe de todos os horrores modernos, construiu com a mestria de uma artista. Em "Frankenstein: Contado por Ruy Castro", essa obra clássica se transforma em uma nova tela onde a narrativa se enriquece e se apresenta à sua porta, exigindo atenção e um olhar renovado.
Mary Shelley, com apenas 18 anos, deu vida ao que seria um marco na literatura mundial, abordando questões como a responsabilidade, a natureza humana e os limites da ciência. Seu próprio contexto, repleto de turbulências e revoluções, reverberava em cada palavra escrita. A Inglaterra do início do século XIX, em meio a um borbulhar de ideias, experimentações científicas e um ressurgir de debates filosóficos, encontra eco nas páginas deste relato arrepiante. Mais do que um conto de terror, essa narrativa é um grito de alerta sobre o que significa criar e destruir.
Ruy Castro, por sua vez, enriquece essa experiência ao reinterpretar o texto original, proporcionando uma nova visão que provoca emoções à flor da pele. Ao ler suas palavras, você é confrontado com a dor da exclusão, a busca desesperada por aceitação e o dilema moral enfrentado por Victor Frankenstein, o criador que, em sua ânsia por conhecimento, não prevê as consequências trágicas de suas ambições desmedidas. A história te envolve e, a cada página, seu coração acelera, enquanto sua mente debate sobre a ética da criação. O monstro não é apenas a criatura, mas a própria irresponsabilidade de seu criador.
Os leitores, ao se depararem com essa obra, não conseguem evitar a reflexão. Alguns afirmam que Mary Shelley captura uma "essência do terror" que transcende o medo físico, invocando um terror psicológico que ecoa até os dias de hoje. Outros criticam a abordagem filosófica, argumentando que poderia ter sido mais "direto ao ponto". No entanto, cada opinião revela a riqueza da obra, que continua a instigar debates e provocações em cada nova geração.
A influência de Frankenstein é palpável, reverberando em diversas expressões artísticas, do cinema à literatura contemporânea. O monstro se transforma em uma metáfora poderosa das consequências de nossos atos, revelando medos e inseguranças profundas sobre a condição humana. Quando você lê essa obra, não está apenas debruçado sobre uma história; você é parte de um diálogo que atravessa séculos, desafiando a sua percepção sobre criação, destruição e a linha tênue que as separa.
A história de Victor Frankenstein e sua criatura não é um conto apenas para ser lido, mas vivido. Cada um de nós carrega a sombra de um "monstro" interno e, ao mergulhar nas páginas dessa narrativa, você é desafiado a confrontar suas próprias monstruosidades. O que você faria se pudesse criar um ser à sua própria imagem? Quais seriam as suas responsabilidades? Ao final, você não só se vê refletido, mas também instigado a questionar suas próprias crenças e ações.
Ao se entregar a Frankenstein: Contado por Ruy Castro, prepare-se para uma experiência que irá agitar suas emoções, provocar reflexões e, inevitavelmente, torná-lo um pouco mais humano. Não deixe que essa oportunidade escape! 🧠💔
📖 Frankenstein: Contado por Ruy Castro
✍ by Mary Shelley
🧾 136 páginas
1994
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