Frankenstein ou o Prometeu moderno / O médico e o monstro / Drácula
Mary Shelley; Robert Louis Stevenson; Bram Stocker
RESENHA

Frankenstein ou o Prometeu moderno / O médico e o monstro / Drácula não são apenas clássicos da literatura gótica; são poderosas chaves que destrancam portas sombrias dos medos e desejos humanos. Cada uma dessas obras, escritas por mentes brilhantes - Mary Shelley, Robert Louis Stevenson e Bram Stoker - mergulha o leitor em abismos profundos de reflexão, revelando as mais perturbadoras fragilidades da existência.
A trama de "Frankenstein" abre um universo onde a ambição científica e a ética colidem de maneira devastadora. A criação de uma vida a partir da morte não é um mero experimento; é o reflexo do profundo medo do desconhecido, da criação de uma realidade que escapa ao controle. Você sente a dor de Victor Frankenstein, um homem atormentado por suas próprias escolhas, um Prometeu moderno que se vê confrontado com as consequências de sua ousadia. O monstro não é apenas uma criatura de horror, mas um símbolo do abandono, da rejeição e da busca desesperada por aceitação.
E então entramos no mundo de "O médico e o monstro", onde a dualidade da natureza humana é revelada em sua forma mais crua. Dr. Jekyll, um respeitado médico, transforma-se em Hyde, sua versão mais sombria. Este embate entre civilização e selvageria provoca um questionamento essencial: até onde vai sua moralidade? A inquietação cresce ao perceber que, dentro de cada um de nós, pode haver um Hyde pronto para desferir a primeira mordida.
Por fim, "Drácula" - talvez a mais icônica das três histórias - não se resume a um conto de terror, mas a uma análise astuta dos medos vitorianos sobre sexualidade e alienação. A figura do vampiro, sedutor e aterrorizante, personifica o desejo e a repulsa, simbolizando um medo cultural de perda de controle e subversão das normas. A narrativa de Stoker é um convite à reflexão sobre os limites entre amor e obsessão, bem como a luta entre a razão e a superstição.
Comentários e críticas levantam um coro de opiniões fervorosas. Alguns leitores se maravilham com a profundidade psicológica e a relevância atemporal dessas obras, enquanto outros debatem a abordagem moral e até mesmo a misoginia latente em certo grau. Os apaixonados pela literatura enfatizam o impacto dessas histórias em gerações de escritores e cineastas - pense nos homens de ciência que, ao longo da história, se tornaram extremistas, e nas criações mais modernas que, diretamente ou indiretamente, foram moldadas por essas narrativas. O que dizer, por exemplo, do icônico seriado "Buffy, a Caça-Vampiros" ou de "Frankenstein" em adaptações de Hollywood, que continuam a reviver esses temas?
É um verdadeiro delírio literário. Cada página, cada frase, nos empurra para um caldeirão de emoções intensas - angústia, medo, inquietação, mas também uma crença inabalável na capacidade de reflexão e transformação do ser humano. A escrita desses três autores transcende o tempo, instigando um diálogo sobre a natureza essencial de quem somos.
Se você não leu Frankenstein ou o Prometeu moderno / O médico e o monstro / Drácula, uma jornada inexplorada aguarda, repleta de pesadelos, questionamentos e, acima de tudo, a realidade inescapável de que a escuridão reside não em monstros externos, mas em cada um de nós. A pergunta é: você tem coragem de se deparar com ela?
📖 Frankenstein ou o Prometeu moderno / O médico e o monstro / Drácula
✍ by Mary Shelley; Robert Louis Stevenson; Bram Stocker
🧾 534 páginas
2012
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