Leviatã
Matéria, palavra e poder de uma República eclesiástica e civil
Thomas Hobbes
RESENHA

Leviatã: Matéria, palavra e poder de uma República eclesiástica e civil, de Thomas Hobbes, não é apenas uma obra; é um verdadeiro manifesto sobre a natureza humana e a estrutura da sociedade que ecoa até os dias de hoje. Publicado em sua nova edição, o livro transborda reflexões que balançam as estruturas do poder e da moralidade. Com uma prosa incisiva e, por vezes, aterrorizante, Hobbes nos arrasta para um mundo onde a política e a religião colidem com a brutalidade da vida.
Desde os primeiros parágrafos, você se vê diante de um dilema existencial: a busca da segurança diante do caos. Hobbes descreve o "estado de natureza" como um cenário apocalíptico, onde a vida é "solitária, pobre, sórdida e curta". Essa imagem não só choca, mas faz você reconsiderar suas próprias crenças sobre liberdade e controle. A ideia de um "Leviatã", uma força soberana que mantém a ordem, se torna o pilar da argumentação de Hobbes, e é perturbador pensar que, para ele, a entrega total de nossas vontades é o preço a se pagar pela paz.
O impacto histórico e filosófico da obra é inegável. Influenciadores como John Locke e Jean-Jacques Rousseau se depararam com o pensamento radiante de Hobbes, criando uma linha divisória na filosofia política que ainda ressoa nas discussões contemporâneas. O autor, com sua visão pessimista da natureza humana, nos força a olhar para o espelho e fazer uma autocrítica dolorosa sobre como interagimos em sociedade.
Os leitores reagem intensamente ao conteúdo denso e provocativo de Leviatã. Muitos se sentem desafiados, até mesmo ofendidos, com a interpretação de Hobbes sobre a natureza humana. Críticas surgem, apontando que a visão do autor é excessivamente negativa, enquanto outros a defendem ferozmente como uma análise realista das relações sociais. Ser chamado a confrontar a escuridão inerente à condição humana provoca uma avalanche de emoções - medo, raiva, mas também uma reflexão profunda.
Em um contexto histórico onde a política ressoa com o eco de tiranias e revoluções, a leitura de Leviatã se torna primordial. O debate sobre a centralização do poder e os limites da autoridade é mais urgente do que nunca. A capacidade de Hobbes de conectar suas teorias com o presente nos força a questionar sistemas de governo e as relações de poder que moldam nossa vida cotidiana.
Thomas Hobbes não se contenta em apenas descrever o mundo. Ele o confronta. O livro se estabelece como um convite a uma reflexão profunda sobre o que estamos dispostos a sacrificar pela segurança e a ordem. Aqueles que mergulham nas páginas de Leviatã não saem ilesos. Cada parágrafo é um golpe que testa sua resistência, cada ideia, uma ensaio para o que é ser humano em um cosmos caótico.
Portanto, se você deseja compreender não apenas a teoria política, mas também as entranhas da natureza humana, Leviatã: Matéria, palavra e poder de uma República eclesiástica e civil é uma leitura que exige sua atenção. Reconheça que a obra não te dará respostas fáceis; ao contrário, deixa você mais perplexo, mais ciente e, quem sabe, mais preparado para enfrentar as sombras que habitam nossa sociedade. Não é apenas um livro, é um chamado à reflexão, uma incitação à ação. E agora, a escolha é sua: permanecer na zona de conforto ou aventurar-se nas águas turbulentas de Hobbes. 🌊
📖 Leviatã: Matéria, palavra e poder de uma República eclesiástica e civil
✍ by Thomas Hobbes
🧾 608 páginas
2020
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