Moça quase-viva enrodilhada numa amoreira quase morta
Evandro Affonso Ferreira
RESENHA

A trama de Moça quase-viva enrodilhada numa amoreira quase morta é um convite para um mergulho profundo nas nuances existenciais que muitas vezes escapam à nossa percepção quotidiana. Neste livro, Evandro Affonso Ferreira não apenas narra uma história; ele tece uma tapeçaria de sentimentos, onde a dor e a beleza se entrelaçam, como uma amoreira lutando por vida em meio à aridez da condição humana.
Ao nos fazer acompanhar o cotidiano de sua protagonista, Ferreira nos apresenta um universo onde o moribundo e o vibrante coexistem. Cada página é um sussurro do que significa estar preso em uma existência quase vivida, como se a moça do título estivesse eternamente à beira de um despertar que nunca chega. Essa dualidade não é apenas poética; é visceral, e nos provoca uma reflexão pungente sobre nossas próprias vidas: quantas vezes nos permitimos viver de forma plena? Quantas vezes nos deixamos enredar na rotina, sem realmente perceber o que significa viver?
Os comentários dos leitores são um eco dessa reflexão. Muitos falam sobre a forma como Ferreira os fez sentir a Palavra com um peso quase palpável, como se cada frase pudesse causar arrepios. Outros, no entanto, levantam questões sobre o ritmo da narrativa, acusando o autor de deixar a trama vagar devagar demais em alguns trechos. É nesse jogo de opiniões que percebemos a força real da obra: ela provoca debates, instiga sentimentos antagônicos, e isso é a essência da literatura que vale a pena.
Em um Brasil marcado por incertezas e crises, a obra ressoa com um sentimento de abandono e resignação. Ferreira captura a angústia de um país que, às vezes, parece estar tão enredado em seus próprios problemas que se esquece de olhar para as pequenas belezas da vida. A amoreira quase morta, então, se torna um símbolo de esperança, resiliência, e até mesmo de uma vida que deseja renascer, mesmo em meio ao nada.
A experiência de leitura é intensa; a prosa de Ferreira é lírica, mas cortante. Isso porque ele não teme expor verdades desconfortáveis. Suas palavras ressoam em nossos corações e mentes de maneira inegável. Este livro é uma exploração da solidão, da busca por conexão e do desejo de transformar a dor em arte. Se você se permite ser tocado por essa leitura, é impossível não sair dela mais reflexivo, perguntando-se sobre o que realmente importa na vida.
Assim, Moça quase-viva enrodilhada numa amoreira quase morta não é apenas uma história, mas um testemunho da vulnerabilidade humana em um mundo que, muitas vezes, parece ceder ao desespero. Lidar com essa obra é garantir a si mesmo uma experiência de descoberta e redenção; um convite a observar não só o que está dentro das páginas, mas também o que está pulsando dentro de nós. É uma leitura que se entranha na alma e deixa marcas indeléveis. 🌱✨️
📖 Moça quase-viva enrodilhada numa amoreira quase morta
✍ by Evandro Affonso Ferreira
🧾 120 páginas
2019
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