O Colecionador
A espécie rara que faltava na coleção dos leitores brasileiros
John Fowles
RESENHA

A cortina se abre para um espetáculo macabro em O Colecionador, de John Fowles, e você está prestes a entrar em um submundo onde a fragilidade humana é explorada de maneira tão visceral que é impossível sair ileso. ☠️
Frederick Clegg é o protagonista, um homem comum, quase banal, mas com um segredo perturbador. Ele não é apenas um colecionador de borboletas; ele é um colecionador de pessoas. Quando suas economias de uma grande aposta finalmente lhe permitem executar seu plano sombrio, ele sequestra Miranda Grey, uma estudante de arte jovem e vibrante. A partir desse ponto, o leitor é arremessado em um abismo psicológico onde o cativeiro e a obsessão se entrelaçam numa dança sinistra.
Fowles escreveu essa obra-prima em 1963, em plena efervescência dos movimentos de contracultura e mudanças sociais. O autor britânico foi capaz de capturar, com precisão arrepiante, as nuances de controle, possessão e a dinâmica perversa entre sequestrador e vítima. Você será transportado para um porão escuro e sufocante, onde cada página vira uma nova janela para o tormento e a resistência psicológica.
A construção dos personagens é tão detalhada e rica que você conseguirá ouvir o sussurro do medo na respiração ofegante de Miranda, sentir o suor frio escorrer pelas costas ao sentir o olhar vazio de Clegg - um homem que, de tão perturbado, conseguiu influenciar notoriamente nomes como Stephen King e Thomas Harris em suas criações literárias sombrias. 😱
Os diálogos são tão afiados que mais parecem lâminas, cortando fundo na moralidade e explorando a psique humana de uma maneira que apenas Fowles é capaz. A alternância de pontos de vista entre Clegg e Miranda oferece uma complexidade narrativa brilhante, que faz o leitor questionar a ética e a sanidade de ambos.
Entre as críticas mais fervorosas está a capacidade do livro em expor a monstruosidade latente em pessoas aparentemente comuns. A obra é uma reflexão perturbadora sobre o poder, a liberdade e o controle. Pergunte-se: até onde você iria para possuir algo, ou alguém, que deseja? Frederick Clegg não vê limites, e essa é a gênese de seu horror.
Você, caro leitor, ao virar cada página, será invadido por uma sensação de claustrofobia e impotência, enquanto a luta desesperada de Miranda por liberdade te arrasta cada vez mais para o vórtice desse pesadelo realista. 🌪
A atmosfera opressiva de O Colecionador é uma máquina do tempo, transportando o leitor para um contexto em que as barreiras entre normalidade e loucura são praticamente inexistentes. O final, sem spoilers, é um soco no estômago que deixará você sem fôlego, repensando tudo o que já leu sobre o gênero de suspense psicológico.
Esta não é apenas uma leitura; é uma experiência que ecoará em sua mente, perturbando suas noites e, quem sabe, seus dias. A obra é tão impactante que já inspirou adaptações cinematográficas e continua a ser um ponto de referência para escritores de suspense e terror psicológico.
Por fim, prepare-se para um turbilhão de emoções que te deixará à beira do colapso emocional. 📚💀 Considere-se desafiado a mergulhar nessa narrativa, mas saiba que, ao fazê-lo, você nunca será o mesmo - e talvez queira trancar as portas antes de começar.
📖 O Colecionador: A espécie rara que faltava na coleção dos leitores brasileiros
✍ by John Fowles
🧾 256 páginas
2018
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