O papel de parede amarelo (Contos Estrangeiros Clássicos)
Charlotte Perkins Gilman
RESENHA

O papel de parede amarelo, uma obra visceral que transcende as páginas e se agarra ao seu imaginário, força você a encarar suas próprias correntes invisíveis. Charlotte Perkins Gilman, com uma prosa tão afiada quanto um bisturi, nos conduz por um labirinto de angústia e claustrofobia. Publicado no início do século XX, este conto é mais que um mero relato; é um manifesto sobre a opressão feminina e as desdobrações da saúde mental em um contexto de patriarcado sufocante.
A protagonista, aprisionada em um quarto isolado, se torna um símbolo de resistência e desespero. O papel de parede amarelo, por sua vez, é um personagem silencioso - ou seria o eco da própria voz da protagonista? Com suas formas confusas e cores gritantes, ele reflete a tortura psicológica e a luta por liberdade. Ao longo da narrativa, você sente a pulsação do desespero, do grito preso na garganta. E é impossível não se questionar: quantas mulheres, ao longo da história, foram silenciadas e confinadas em seus próprios "papéis de parede"?
Gilman escreveu esta obra em um contexto de crescente conscientização sobre os direitos das mulheres. A opressão familiar e social, com um toque de crítica ao tratamento médico da época, transforma uma simples narrativa em um grito por autonomia. Leitores contemporâneos podem vislumbrar na protagonista um espelho de suas próprias batalhas. Com a brutalidade do confinamento que sufoca, e a fragilidade da mente que se esgarça, O papel de parede amarelo se torna um tratado sobre a liberdade - ou a falta dela.
As opiniões sobre a obra são diversas e intensas. Para alguns, é um texto libertador que provoca uma profunda reflexão. Para outros, uma visão pessimista que pode ser angustiante demais. Contudo, a força feminina presente na escrita de Gilman ressoa profundamente com a luta atual por igualdade. Suas palavras ecoam nas vozes de mulheres que resistem e não se contentam com as paredes que tentam impedi-las.
Através de uma linguagem que mescla a solidão e a luta, Gilman nos obriga a sentir. E é impossível sair ileso desse contato. O autor é reverenciado não apenas pelos amantes da literatura, mas também por estudiosos de psicologia e feminismo. A força da sua obra influenciou gerações, desafiando normas sociais e moldando conversas sobre saúde mental e identidade feminina.
Ao final da leitura, fica a sensação de que, de alguma forma, todos somos protagonistas de nossas lutas. A luta por liberdade, por voz, pelo direito de não ser reduzido a um papel de parede amarelo em um quarto escuro. Portanto, mergulhe nessa narrativa e sinta cada emoção, pois O papel de parede amarelo não é apenas um conto; é um convite à reflexão, à revolução pessoal e, acima de tudo, à libertação.
📖 O papel de parede amarelo (Contos Estrangeiros Clássicos)
✍ by Charlotte Perkins Gilman
🧾 34 páginas
2015
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