Oréstia
Agamêmnon, Coéforas, Eumênides
Ésquilo
RESENHA

O poder devastador da tragédia grega! Oréstia: Agamêmnon, Coéforas, Eumênides é mais do que um mero conjunto de peças teatrais; é um grito primal que ecoa do fundo da história, uma viagem visceral aos abismos da alma humana, e a primeira trilogia que ousa explorar a espiral da vingança e da justiça em toda a sua complexidade. Escrita por Ésquilo, o pioneiro da tragédia, essa obra não apenas moldou o teatro ocidental, mas também nos impeliu a questionar nossas próprias noções de moralidade e ordem social.
Iniciando com Agamêmnon, somos imediatamente lançados em um labirinto de traição e homicídio, onde o retorno do rei é marcado por um fardo de culpa e desespero. Agamêmnon não é apenas um homem, é um símbolo da guerra e da brutalidade, e sua jornada de volta para casa é repleta de preságios sombrios. É impossível não sentir a tensão se agudizando, como se cada palavra estivesse prestes a explodir em tragédia. A cena do sacrifício de Ifigênia, em busca de ventos favoráveis para Troia, ressoa como um eco de dor e desespero que nos arrasta para o cerne da brutalidade humana.
À medida que avançamos para Coéforas, a cena se intensifica com a multiplicação do sangue derramado. O ciclo de vingança emerge como uma força inexorável, obrigando Orestes a enfrentar seu destino. A luta interna entre os deveres familiares e as ordens divinas provoca uma torrente de emoções. Não é apenas Orestes quem está em jogo, mas cada um de nós, desafiados a contemplar a questão: até onde você iria pelo amor à sua família? Aqui, Ésquilo desafia não só as crenças da época, mas as nossas convicções mais profundas.
Por fim, Eumênides nos apresenta um clímax que resplandece com a possibilidade de redenção e renovação. Orestes não é mais o samo intocável; ele se torna um símbolo da luta entre as Fúrias e a razão. O tribunal de Atenas, nessa peça, é um microcosmo da nossa sociedade: um lugar onde se busca justiça, mesmo quando as sombras da vingança ainda pairam. Aqui, o espectador é chamado a refletir - a justiça pode ser um ciclo interminável de violência? Existe uma saída?
Os leitores têm se mostrado cativados e, ao mesmo tempo, divididos em suas opiniões sobre essa obra, elogiando a profundidade dos personagens e a grandiosidade do enredo, enquanto alguns consideram as motivações e ações dos protagonistas confusas ou exageradas. O impacto da obra na cultura ocidental é inegável, influenciando dramaturgos como Shakespeare e até cineastas contemporâneos. A tragédia greco-romana, retratada com tanta maestria por Ésquilo, continua a ressoar em nossos dias, desafiando-nos a enfrentar questões atemporais sobre a natureza humana, o destino e a moralidade.
Oréstia não é apenas uma leitura; é uma experience emocional e intelectual que invade sua mente e coração, deixando você desesperadamente cativado e profundamente refletindo sobre seu significado. Em cada tragédia, uma lição crua sobre o poder destrutivo da vingança e a busca pela justiça se revela, clamando por sua atenção e sua sensibilidade. Não é uma obra que deve ser ignorada, mas sim uma que exige seu respeito e sua reflexão. Afinal, o que você faria na posição deles? 🥵
📖 Oréstia: Agamêmnon, Coéforas, Eumênides
✍ by Ésquilo
🧾 200 páginas
1991
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