Para acabar com o juízo de Deus e outros escritos
Antonin Artaud
RESENHA

A pulsação da revolta, o clamor da insanidade e a busca por libertação ressoam nas páginas de Para acabar com o juízo de Deus e outros escritos, de Antonin Artaud. Este título é mais que uma leitura; é uma experiência visceral que desafia a lógica e desmantela as barreiras do entendimento comum. Neste emaranhado de pensamentos rebeldes, Artaud convida você a mergulhar em um universo em que as verdades são distorcidas e os valores, desconstruídos. Como se não bastasse, ele se coloca como um profeta da loucura, disposto a romper com as amarras que a sociedade tenta impor.
Artaud, figura central do teatro e mestre do absurdo, não escreve apenas para ser lido, mas para ser sentido, vivido. Bornado em um período marcado pela agitação social e pelas dores da guerra, suas palavras são um grito que ecoa na eternidade, um grito que ainda reverbera hoje. O autor, muitas vezes considerado como um mártir da arte, expõe suas inquietações de forma brutal, sua pena se transforma em uma lâmina, cortando fundo nas estruturas que sustentam a moralidade vigente. Ele não se furta a utilizar metáforas escandalosas e analogias arrebatadoras que se entrelaçam com sua própria tragédia pessoal, como suas batalhas contra a saúde mental e a incompreensão.
Os escritos aqui compilados não são meros ensaios, mas a explosão de um pensamento que se recusa a se aquietar. Uma verdadeira introspecção em forma de grito, onde Artaud aborda a natureza do ser humano, o papel da arte e a hipocrisia de um sistema que se autodenomina justo. Em linhas cheias de dor e beleza, ele traz à tona a fragilidade do juízo divino, arrastando o leitor para um lugar onde o sofrimento e a criatividade se entrelaçam de maneira inextricável.
Opiniões sobre a obra são polarizadas, e não é para menos. Para muitos, a escrita de Artaud é uma experiência transcendente, um convite ao autoconhecimento que atinge as veias mais ocultas da alma. Outros, entretanto, consideram suas reflexões caóticas e difíceis de digerir. É esse dilema que transforma sua obra em um campo fértil para o debate, um terreno onde muitos se deparam com suas próprias inseguranças e verdades não ditas. O que você escolherá fazer: abraçar a loucura ou distanciar-se do abismo?
Em um mundo que frequentemente opta por ignorar as vozes dos marginalizados e das mentes inquietas, Para acabar com o juízo de Deus e outros escritos se torna um manifesto, um apelo urgente para que se escute a dimensão humana que tateia entre os limites da razão e da histeria. Não se trata de uma leitura simples, mas de uma jornada que pode provocar lágrimas ou risos nervosos, dependendo da sensibilidade de cada leitor.
Portanto, não se engane, este não é um convite à leitura. É uma ordem de urgência! Abrace a subversão de Artaud e descubra que, ao final, a verdadeira essência humana pulsante não se encontra no conformismo, mas na subversão, na dor e na beleza crua da existência. Prepare-se para a catártica experiência de sair transformado, não apenas por novas ideias, mas pela revelação de si mesmo em meio ao caos.
📖 Para acabar com o juízo de Deus e outros escritos
✍ by Antonin Artaud
🧾 92 páginas
2020
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