Pelo Solimões
Quintino Cunha
RESENHA

Pelo Solimões é uma obra que carrega consigo a essência do Brasil profundo, um mergulho nas águas turvas e vibrantes do rio Solimões, trazendo à tona uma sensibilidade que poucos conseguem expressar com tanta maestria. Quintino Cunha, em suas páginas, não apenas narra, mas transmite a alma do povo ribeirinho, seus dilemas, suas esperanças e uma realidade que muitas vezes é ignorada.
Ao abrir este livro, você será imediatamente envolvido por uma narrativa que pulsa, que vibra com as vidas que flutuam junto ao rio. É uma viagem para muito além da geografia; é um passeio pelos descaminhos da identidade brasileira, um convite a sentir a luta do homem contra as adversidades da natureza e da sociedade. Cada palavra de Cunha ecoa como um lamento ou uma celebração, dependendo do momento, e é impossível não se deixar tocar por essa realidade crua.
A escrita de Quintino não é apenas um ato de contar histórias; é uma experiência sensorial. Você vê a cor das águas, sente o cheiro da mata, ouve os sons agudos da fauna amazônica. O autor é um maestro que orquestra sentimentos, provocando risos, lágrimas e reflexões sobre a condição humana. Enquanto você lê, percebe que as páginas são como as margens do Solimões, repletas de vida, mas também de desafios.
Os leitores têm se mostrado divididos: alguns falam do poder da prosa poética de Cunha, enquanto outros criticam a abordagem que pode parecer, em alguns momentos, um tanto melancólica e pesada. Porém, é exatamente essa melancolia que faz com que a obra ressoe tão profundamente. Quem pode olhar para a Amazônia e não perceber o grito da terra, a dor da exploração e a beleza da resistência?
Cunha te obriga a mergulhar. Não há como sair ileso de suas descrições pungentes e de sua reflexão sobre a luta do povo ribeirinho. Ele traz à luz questões tão pertinentes, que nos obrigam a confrontar nossas próprias realidades e preconceitos.
Dentro de um contexto histórico conturbado, onde a Amazônia enfrenta ameaças constantes, Pelo Solimões é um grito de resistência. Ao ler, suas emoções serão testadas, e você se verá diante de um dilema: o que significa realmente ser brasileiro em um país tão vasto e desigual? A obra, portanto, não apenas ilumina a vida ribeirinha, mas também reflete a complexidade da identidade nacional.
Quintino Cunha, ao nos oferecer essa visão tão rica e intensa, nos faz repensar nossas prioridades e o papel que desempenhamos no mundo. O rio Solimões não é apenas uma via de água; é um símbolo de resistência e de luta. E, ao virar a última página, você talvez se encontre despertando para uma nova realidade - não mais como um mero espectador, mas como parte desse vasto e incrível cenário que é o Brasil.
Em um momento em que a natureza clama por reconhecimento e proteção, Pelo Solimões se torna um texto absolutamente necessário. O que você está esperando para embarcar nessa jornada de transformação? 🌊✨️
📖 Pelo Solimões
✍ by Quintino Cunha
🧾 164 páginas
2010
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