Submerso
Eduardo Cilto
RESENHA

A profundidade da obra Submerso, de Eduardo Cilto, transborda uma atmosfera densa, quase líquida, onde o leitor é arrastado para um mar revolto de emoções e reflexões. Ao mergulhar nas páginas desta narrativa intrigante, você é confrontado com a realidade de existências que se entrelaçam, desafiando não apenas a lógica, mas a própria natureza de ser humano.
Cilto, com uma prosa afiada como um cardume de peixes prateados, nos conduz por caminhos onde o cotidiano e o extraordinário se entrelaçam. Instantaneamente, você é transportado para um universo onde os sentimentos flutuam como bolhas no mar, cada uma carregando sua própria história, suas alegrias e tristezas, levando o leitor a uma jornada interna de autodescoberta. O que faz de Submerso tão envolvente? É o modo como o autor conjuga poesia e prosa numa dança hipnotizante, tocando em temas universais e profundos, como a solidão, a busca por sentido e a conexão humana.
O pano de fundo da narrativa é tão rico e vívido que quase se pode sentir a umidade no ar, a brisa salgada no rosto. Cada personagem vive intensamente suas dores e alegrias, fazendo você querer abraçá-los e, ao mesmo tempo, gritar sobre suas escolhas questionáveis. As críticas a esse livro revelam descontentamentos, com alguns leitores apontando o ritmo por vezes lento, mas, ah, essas ondas de contemplação são essenciais para que cada reflexo de vida ressoe na mente do leitor.
A obra dialoga com contextos contemporâneos que frequentemente submergem a sociedade. A forma como as relações se desconstroem e se transformam, especialmente no mundo de hoje, é um tema pulsante, desafiando a superficialidade das interações modernas. Cilto não se detém em superficialidades; ele insiste que você, leitor, sinta o peso da água ao seu redor, que se dê o luxo de afundar, mesmo que temporariamente, nas profundezas da introspecção.
Essa narrativa se revela uma potente fonte de inspiração, fazendo ecoar em sua mente questões que você pode estar evitando. Já parou para pensar no que significa estar verdadeiramente "submerso"? O dilema entre ser e parecer, entre viver e existir é enfático, e a habilidade de Cilto em explorar isso com sutileza é digna de aplausos.
Ao final, não se trata apenas de um livro; Submerso te obriga a juntar os fragmentos da sua própria vida, a examinar sua realidade com olhos novos. Você pode não sair a mesma pessoa após essa leitura. Os ecos da obra podem ressoar por dias, semanas, até meses, instigando um desejo insaciável de revisitar suas páginas, não apenas pelo que está escrito, mas pelo que não se reconhece à primeira vista.
Portanto, permita-se essa imersão, deixe que a letra de Eduardo Cilto te envolva como um manto de água, e permita-se derreter as barreiras e preconceitos. Você não vai se arrepender - e, se o fizer, o mar sempre terá maneiras de acalentar. 🌊
📖 Submerso
✍ by Eduardo Cilto
🧾 209 páginas
2018
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