Sutur
Cândido Rolim
RESENHA

Quando se fala sobre a literatura contemporânea brasileira, é impossível não mencionar a força avassaladora de Sutur, a obra-prima de Cândido Rolim. Com uma prosa que cativa e um conteúdo que provoca reflexão, esse livro se transforma em uma experiência sensorial capaz de transitar entre o sublime e o perturbador.
A narrativa de Rolim se desdobra numa trama intricada, onde cada palavra é um golpe de sutura que nos costura a uma realidade muitas vezes obscura. Ao longo das 66 páginas, somos confrontados com uma profundidade emocional que ecoa em nosso íntimo e nos faz repensar a própria condição humana. As frases curtas e incisivas criam um ritmo frenético, quase como uma febre, que nos embala e nos arrasta para dentro do universo denso de seus personagens.
Leitores têm se dividido nas suas opiniões a respeito da obra. Alguns exaltam a capacidade do autor em transformar uma prosa aparentemente simples em uma ferramenta poderosa de questionamento da realidade. Outros, mais críticos, afirmam que a complexidade do conteúdo pode deixar alguns leitores à deriva. Essa polarização demonstra a coragem de Rolim em tocar em feridas abertas, em assuntos que demandam reflexão e coragem para encarar.
O contexto histórico em que Sutur foi escrito também merece destaque. Publicado em um Brasil que enfrenta crises éticas e morais profundas, o livro se avoluma em significados. As suturas sociais e políticas que tentam unir uma sociedade fragmentada estão ali, nas entrelinhas, clamando por um novo olhar. Rolim se posiciona como um cirurgião das ideias, abrindo feridas para que cicatrizes possam aparecer e, quem sabe, nos ensinar a fazer melhor.
Não se pode falar da obra sem mencionar a maestria da linguagem utilizada. Cada frase é uma agulha que, com precisão, penetra nas emoções do leitor. É impossível não se sentir o coração acelerando a cada reviravolta, a cada revelação. A melancolia reverbera nas palavras enquanto a esperança se entrelaça em um fio invisível, levando-nos a vislumbrar um futuro que ainda pode ser costurado de forma a dar sentido à vida.
E, por fim, Sutur não é apenas uma leitura; é um convite ao autoconhecimento e à reflexão. Ao desvendar camadas de sua construção, você, caro leitor, se depara com a sua própria sutura interna, confrontando suas dores, angústias e, quem sabe, suas esperanças. Não deixe que este momento passe! A intensidade do que Cândido Rolim traz é de uma riqueza inestimável. A urgência de se embrenhar, de mergulhar nas entranhas desta obra é palpável. Deixe que ele te costure com as linhas de suas palavras e, ao final, você sairá transformado, costurado de uma forma que jamais imaginou.
📖 Sutur
✍ by Cândido Rolim
🧾 66 páginas
2018
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