Tamborzão
Olhares Sobre a Criminalização do Funk. Criminologia de Cordel 2
Adriana Facina
RESENHA

Tamborzão: Olhares Sobre a Criminalização do Funk é mais do que uma leitura; é um convite irrefutável à reflexão sobre a complexa teia de preconceitos e estigmas que envolvem a cultura funk no Brasil. Em suas 256 páginas, Adriana Facina não apenas aborda a criminalização desse gênero musical, mas desvela as camadas sociais e históricas que cercam essa expressão vibrante, porém incompreendida.
A obra surge em um cenário sociopolítico marcado por tensões e polarizações, onde o funk é frequentemente visto como um veículo de marginalização. A criminalização do funk, dispositivo de controle social, é discutida com uma profundidade que poucos escritores ousaram explorar. Facina utiliza a Criminologia de Cordel para alavancar não apenas o debate, mas também para humanizar os sujeitos envolvidos nesse fenômeno. O funk, em sua essência, é uma voz potente da periferia, e o livro faz um painel dramático e iluminador, revelando que essa batida não é apenas questão de ritmo, mas um grito de resistência e identidade.
Certa vez, um leitor comentou que "não é só música, é história". E que história! O funk ecoa as dores e alegrias de uma população que luta diariamente por reconhecimento e espaço. Facina traz à tona relatos de vida, experiências vividas que revelam a riqueza cultural desse movimento, desafiando os tradicionais conceitos de moral e ética que permeiam a sociedade.
As críticas à obra foram diversas, e não faltaram vozes que se levantaram para questionar a paixão de Facina pelo tema. Alguns sugeriram que ela romantiza a criminalização, enquanto outros aplaudiram sua coragem ao expor as verdades desconfortáveis. Contudo, o que é inegável é que Tamborzão provoca um choque de realidade. O leitor, ao se deparar com casos de criminalização de artistas e festas, não pode deixar de sentir revolta e indignação. É impossível permanecer apático diante da ferida exposta.
Através da narrativa, Facina provoca um terremoto emocional: as batidas do funk reverberam não apenas como música, mas como um símbolo de resistência. E isso é impactante. Não se trata simplesmente de discutir a legalidade ou ilegalidade das festas; vai muito além. É uma questão de direitos humanos, de dignidade e respeito. A obra te CUTUCA, te faz sentir a energia das ruas e a paixão dos jovens que fazem do funk uma forma de vida.
Além de provocar emoções intensas, Tamborzão também promete uma mudança de mentalidade. Sobre o que pensamos e como julgamos culturalmente as expressões que nos cercam. A obra nos empurra para além da ignorância e nos faz enxergar a riqueza que a diversidade musical traz. Lembre-se: ficar sem ler esta obra é perder a chance de se conectar com um dos maiores fenômenos culturais do Brasil contemporâneo.
Adriana Facina se destaca nesse cenário como uma ponte que liga a academia ao povo, defendendo uma visão mais ampla e compassiva sobre a cultura funk. É uma briga de David contra Golias, onde a batida ensurdecedora do tamborzão ecoa como um grito por justiça. Não deixe para depois: mergulhe de cabeça nessa leitura e descubra o que realmente significa a luta pela valorização da cultura funk. 🌟
📖 Tamborzão: Olhares Sobre a Criminalização do Funk. Criminologia de Cordel 2
✍ by Adriana Facina
🧾 256 páginas
2012
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