Uma dobra no tempo
Madeleine Engle
RESENHA

O que você faria se o tempo e o espaço não tivessem limites? Se no universo houvesse passagens secretas para realidades além da nossa compreensão diária? 🍃 Em "Uma dobra no tempo", Madeleine L'Engle traz à luz um fenômeno literário que desafia a lógica, a ciência e a nossa própria concepção de realidade.
📅 Publicada em 1962, essa obra atravessou décadas embalando gerações com seu encanto e mistério. Meg Murry, a heroína adolescente, embarca em uma odisseia fascinante na companhia de seu irmão prodígio Charles Wallace e o amigo Calvin. Juntos, eles navegam através de um "tesseract", uma espécie de dobra no tempo que os transporta para lugares inimagináveis.
O gênio criativo de L'Engle se revela não apenas na trama, mas também na exímia construção de personagens. Meg, uma adolescente complicada lidando com angústias e autodescoberta; Charles Wallace, sua genialidade peculiar desafiando nossa percepção de normalidade; e Calvin, uma amálgama de coragem e compaixão. Esses personagens espelham nossos conflitos internos, elevando a obra à condição de um portal onde enfrentamos nossos medos mais sombrios e descobrimos o verdadeiro poder do amor e da amizade.
Um destaque crucial é a importância atribuída à ciência e à espiritualidade, coexistindo de forma harmoniosa e, em alguns momentos, se chocando de uma maneira quase explosiva. 💥 L'Engle convida o leitor a uma reflexão sobre a insignificância do ódio diante do poder das qualidades humanas mais nobres.
"Uma dobra no tempo" foi escrito durante o auge da corrida espacial, um período histórico carregado de incertezas e expectativas 🚀. A aura de conquista e o medo do desconhecido transbordam nas descrições magníficas dos mundos alternativos explorados pelos personagens. À medida que a humanidade tentava alcançar a lua, L'Engle lançava seus leitores para além das estrelas, a bordar tecidos de imaginação e ciência.
Mas não me entenda mal, este livro não é um conto de fadas açucarado. Há momentos perturbadoramente sombrios que criticam abertamente o conformismo e a repressão intelectual, refletindo talvez as pressões sociais da época. Uma das passagens mais memoráveis e assustadoras é o confronto final com a entidade maligna que governa Camazotz, um planeta onde a conformidade é a lei suprema ⛓️. Ali, Meg batalha contra um sistema que suprime a individualidade-aqui, a metáfora grita sentimentos que arranham nossa alma.
A recepção desta obra foi igualmente polarizadora. Há aqueles que rejeitam o seu "não-categorizável"-ora infantil, ora filosófico-mas críticos como você e eu sabemos que essa mesma característica é sua maior força 💪. Afinal, não há mesmice em "Uma dobra no tempo"; há, sim, inovação eterna.
Então, caro leitor, prepare-se para ter sua mente dilacerada e costurada novamente, transportada a fábricas oníricas e paisagens destaques. ✨️ Pois um livro que nos faz questionar a natureza do espaço-tempo, desde o coração de uma família americana até os confins do universo, não pode ser lido com olhos apáticos.
Permita-se dobrar no tempo e aventure-se onde só poucos ousariam. E lembre-se: a cada dobra, novas dimensões emocionais se abrem. 🌌
Após a última página ser virada, algo dentro de você nunca mais será o mesmo. Meg e companhia estarão para sempre encravados na sua memória, não como meros personagens, mas como ecos das reflexões mais profundas que você um dia ousou cruzar.
📖 Uma dobra no tempo
✍ by Madeleine Engle
🧾 264 páginas
2011
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