Viajando na Maionese Astral
Memórias exóticas de um escritor sem a mínima vocação para salvar o mundo
Ricardo Kelmer
RESENHA

Viver é um ato de coragem e, ao abrir Viajando na Maionese Astral: Memórias exóticas de um escritor sem a mínima vocação para salvar o mundo, você se embrenha em uma jornada fascinante que tira o fôlego. Ricardo Kelmer, com sua prosa ácida e mordaz, convoca-nos a explorar os recantos de sua mente, repletos de experiências insólitas e reflexões profundas sobre a condição humana.
As páginas são um desfile de memórias que desafiam categorizações, onde a vida e a ficção se entrelaçam numa dança insana e provocativa. Kelmer nos apresenta seu eu fragmentado, um escritor que se percebe insignificante no grandioso palco do mundo, enquanto se vê arrastado para situações das mais absurdas. O autor vai além do riso fácil; ele provoca inquietações. Quem nunca se sentiu fora de lugar, como um peixe fora d'água na busca de um sentido? É essa a mágica que Kelmer deita sobre o papel: ele transforma a banalidade em reflexões que ardemos em vontade de discutir à mesa de bar.
A obra não entrega suas verdades sem antes fazer uma malcriação da própria realidade. Ao buscar desbravar seus sonhos e desilusões, você se vê diante de um fulgor que faz o leitor balançar entre o riso e o arrepio. Aqui, cada crônica se transforma em um convite para refletir sobre a nossa própria falta de vocação, não só para salvar o mundo, mas para compreendê-lo. É quase um grito desesperado: "Se eu, que sou tão imperfeito, estou aqui, o que você está esperando?".
Os comentários de leitores são unânimes ao se referirem à obra como uma terapia estética. Alguns aplaudem a audácia de Kelmer em expor vulnerabilidades com tanta delicadeza e brutalidade ao mesmo tempo. Por outro lado, há quem critique a irregularidade do tom, como se a liberdade das passagens deixasse um vazio. Mas é justamente essa imprevisibilidade que instiga, que faz dessa leitura uma montanha-russa emocional, onde cada curva é uma nova possibilidade de se reconhecer ou se chocar.
Desprovido de pretensão de salvar o mundo, Kelmer nos mostra que talvez a maior missão de um escritor seja apenas provocar conversas e reflexões. Ao encerrar a leitura, fica a pergunta: o que você fará agora com estas memórias exóticas em sua mente? O impacto de Viajando na Maionese Astral vai muito além de um mero entretenimento; é um chamado ao despertar.
Se você está preparado para desafiar suas próprias convicções e dar risadas de suas inseguranças, essa obra não deve passar em branco. Ricardo Kelmer não é somente um escritor; ele é um escavador de almas, e sua escrita entra em você como uma fera indomada. Não se iluda, você pode até tentar evitar, mas quando as luzes se acenderem e você olhar para o que sobrou ao seu redor, a verdade será uma companheira inabalável. É hora de embarcar nessa viagem!
📖 Viajando na Maionese Astral: Memórias exóticas de um escritor sem a mínima vocação para salvar o mundo
✍ by Ricardo Kelmer
🧾 225 páginas
2020
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